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Para que a maior fração possível da nossa Escola fosse caraterizada, realizamos a divisão de tarefas: cada grupo se responsabilizou para obter as medidas em distintos espaços.
Rapidamente nos apercebemos que em posições mais distantes dos quadros de disjuntores, tomadas ou postos de transformação, os valores da intensidade do campo magnético obtidos não são influenciados pelos equipamentos elétricos e eletrónicos dos quais dispomos nos espaços escolares.
Desta forma, concentramos as medições junto aos referidos espaços e as mesmas foram realizadas em função do aumento da distância aos mesmos – foi possível verificar que para distâncias iguais ou superiores a aproximadamente 50 cm, os valores obtidos são invariáveis e como tal não podem ser associados exclusivamente aos equipamentos elétricos e/ou eletrónicos junto dos quais realizamos as medições.
Polivalente
Dist (cm) | B (microT) | Freq (Hz) |
0 | 20,57 | 47 |
10 | 10,08 | 47 |
20 | 7,359 | 47 |
30 | 5,522 | 47 |
40 | 3,664 | 47 |
50 | 2,237 | 47 |
NOTA: Efeito de Hall
O efeito Hall está relacionado com o aparecimento de uma diferença de potencial num condutor eléctrico, transversal ao fluxo de corrente e um campo magnético perpendicular à corrente.
Este fenómeno foi descoberto em 1879 por Edwin H. Hall e é extremamente importante no estudo da condutividade, pois a partir do coeficiente de Hall podemos determinar a densidade e o sinal de portadores de carga em diferentes tipos de materiais.
A definição de corrente eléctrica (I) segundo o modelo de Drude considera que esta (corrente eléctrica) é formada por um fluxo de portadores de carga que percorrem uma trajetória linear e chocam com os átomos da rede, impurezas ou outros.
Hall considerou, nas suas experiências, um fio metálico que conduzia corrente elétrica ao longo de um eixo x (com densidade de corrente), sob a ação de um campo magnético externo aplicado ao longo de um eixo z. A presença do campo magnético faz com que os portadores de carga sofram a acção de uma força magnética que causa uma mudança nas suas trajetórias, na direção de y. Essa mudança de trajetória origina um gradiente de cargas e consequentemente gera-se um campo elétrico na direção de y, conhecido como campo de Hall.
Devido às dimensões finitas do fio haverá uma acumulação de cargas nas extremidades ao longo da direcção de y, o que resulta numa diferença de potencial conhecida como o potencial de Hall.
O coeficiente de Hall, que é a constante de proporcionalidade entre o campo de Hall e o produto do campo magnético com o fluxo de corrente.
Como o sinal da força magnética é o mesmo para cargas positivas que se movem numa determinada direcção, e cargas negativas que se movem na direção oposta a essa, o sinal do coeficiente de Hall depende apenas do campo de Hall.
O efeito de Hall, além de permitir a determinação da densidade de corrente e a mobilidade dos portadores ou do campo magnético, também permite a distinção entre um fluxo de cargas positivas e negativas. O efeito de Hall é a primeira prova real de que a corrente elétrica em metais se deve ao movimento dos eletrões e não dos protões e ainda demonstra que em alguns materiais, especialmente semicondutores do tipo p, a maneira mais apropriada de se descrever a corrente elétrica é através do fluxo de buracos positivos ao invés de eletrões.