RADIO 2

 

Para que a maior fração possível da nossa Escola fosse caraterizada, realizamos a divisão de tarefas: cada grupo se responsabilizou para obter as medidas em distintos espaços.

Rapidamente nos apercebemos que em posições mais distantes dos quadros de disjuntores, tomadas ou postos de transformação, os valores da intensidade do campo magnético obtidos não são influenciados pelos equipamentos elétricos e eletrónicos dos quais dispomos nos espaços escolares.

Desta forma, concentramos as medições junto aos referidos espaços e as mesmas foram realizadas em função do aumento da distância aos mesmos – foi possível verificar que para distâncias iguais ou superiores a aproximadamente 50 cm, os valores obtidos são invariáveis e como tal não podem ser associados exclusivamente aos equipamentos elétricos e/ou eletrónicos junto dos quais realizamos as medições.

Bloco A - quadro de disjuntores

Dist (cm) B (microT)  Freq (Hz)
0 2,6 47
10 1,417 47
20 0,86 47
30 0,547 48,4
40 0,4044 48,4
50 0,3384 48,4
 
 
 

Bloco B - quadro de disjuntores

Dist (cm) B (microT)  Freq (Hz)
0 11,6 47
10 4,7 47
20 2,38 47
30 1,39 47
40 0,9 47
50 0,64 47
 

NOTA: Criação de campos eletromagnéticos com circuitos elétricos

         Designa-se por eletromagnetismo a parte da física que estuda as propriedades elétricas e magnéticas da matéria, sendo o principal foco as relações que estas estabelecem entre si.

         No final do século XVIII, Henry Cavendish e Charles-Augustin, determinaram as leis empíricas que explicavam o comportamento das substâncias com carga elétrica e dos ímanes. Embora fosse evidente uma semelhança entre o comportamento destes, só em 1820 se verificou, por uma conclusão tirada de uma experimentação acerca desta relação, quando o cientista dinamarquês, Hans Christian Oersted, que ao aproximar uma bússola de uma fio condutor que unia os dois polos de uma pilha, descobriu que a agulha da respetiva bússola, deixava assim de apontar para o norte, sofrendo um desvio e por sua vez orientando-se para uma direção perpendicular á do fio. Uns anos mais tarde, André-Marie Ampère, demonstrou que duas correntes elétricas exerciam mútua influência quando circulavam em fios muito próximos um do outro.

         Os acontecimentos eletromagnéticos são produzidos por cargas elétricas em movimento. Existem cargas de carácter positivo e carácter negativo, sendo que duas cargas com o mesmo sinal (positiva-positiva ou negativa-negativa) se repelem, e com sinais contrários (positiva-negativa ou negativa-positiva) se atraem. A força das interações destas cargas é diretamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. Para um melhor entendimento sobre estas forças, criou-se o conceito de campo elétrico. A energia que este campo transmite á carga denomina-se de Potencial elétrico e geralmente se mede em volts (V).

         Uma das variáveis magnéticas principais é a indução magnética, estando esta muito relacionada com a intensidade do campo magnético. A indução representa a força magnética exercida sobre um corpo por unidade de carga elétrica e de velocidade.

Coube a Ampère, que a partir dos seus trabalhos sobre correntes elétricas, expôs a teoria da existência de partículas elétricas elementares que, ao se deslocarem no interior das substâncias, causariam também efeitos magnéticos.

Por outro lado, Faraday introduziu a noção de campo. Concebeu o espaço como cheio de linhas de força — correntes invisíveis de energia que representam o movimento dos corpos e são criadas pela própria presença dos objetos. Assim, uma carga elétrica, que seja móvel, cria perturbações eletromagnéticas á sua volta, de modo a que qualquer carga que se aproxime, sinta a sua presença através das tais linhas de campo.

O conceito de ondas eletromagnéticas, apresentado por Maxwell em 1864 e confirmado experimentalmente por Heinrich Hertz em 1886, é utilizado para demonstrar a natureza eletromagnética da luz.

Quando uma carga elétrica se desloca no espaço, a esta associam-se um campo elétrico e um campo magnético, que dependem um do outro e que, por sua vez, as linhas de força são perpendiculares. O resultado desse conjunto é uma onda eletromagnética que emerge da partícula. A energia que é transportada pela onda é proporcional à intensidade dos campos elétrico e magnético da partícula emissora e fixa as diferentes frequências do espectro eletromagnético.

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